quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Pensamento de Chico Xavier



"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo final"


                                                          Pensamento de Chico Xavier

domingo, 25 de novembro de 2012

"O borderliner melhora com o tempo. Os sintomas tendem a desaparecer depois dos 40 anos", afirma especialista


Erlei Sassi, coordenador do Ambulatório Integrado de Transtornos de Personalidade e do Impulso do Hospital Das Clínicas(Manoel Marques)

Erlei Sassi, psiquiatra e psicoterapeuta do Hospital das Clínicas, em São Paulo, trabalha há 15 anos com pacientes que sofrem do transtorno

Bruno Abbud

Formado em medicina e psicoterapia pela Universidade de São Paulo (USP), Erlei Sassi Junior estuda pacientes com transtorno borderline há 15 anos. Atualmente, coordena o Ambulatório dos Transtornos de Personalidade e do Impulso do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, também na capital paulista, e ensina médicos recém-formados a lidar com os pacientes.
Como identificar uma pessoa que sofre de transtorno borderline? O DSM qualifica os borderliners com nove sintomas. Eles têm uma alteração marcante de humor, muito relacionada a questões externas, relações intensas e instáveis, dificuldade em conviver com outras pessoas, sentem uma sensação crônica de vazio, protagonizam tentativas recorrentes de suicídio e automutilação e às vezes são paranoicos. Um comportamento anormal se torna patológico na medida em que traz sofrimento para o indivíduo e para outros. Uma palavra mal colocada, uma situação inesperada ou uma frustração podem levar o borderliner a um acesso de raiva. Na maioria das vezes, a crise dura poucas horas. É uma explosão. Outra característica importante é que o borderliner não sabe lidar com o êxito. 
Quando a medicina começou a estudar os transtornos de personalidade? Os transtornos de personalidade tiveram uma ênfase especial entre 1987 e 1990, quando vigorava a terceira versão do Manual de Diagnóstico e Estatística de Distúrbios Mentais (DSM-III). Nessa época, a equipe do psicanalista Otto Kernberg aprofundou os estudos sobre o tema.
A nova versão do Manual de Diagnóstico e Estatística de Distúrbios Mentais, o DSM-V, deve ser publicado em maio de 2013. Quais serão as principais mudanças no diagnóstico do transtorno borderline? No DSM-V, a principal evolução no diagnóstico do transtorno será a aplicação de questionários destinados a medir duas características. Primeira: em que medida o paciente se vê como um indivíduo autônomo, ou seja, que não depende dos outros. Quanto mais considerar-se independente, menos graves são os sintomas. Segunda: a capacidade do paciente de colocar-se no lugar do outro. Quanto mais entender as aflições de outra pessoa, menos graves são os sintomas. Desta maneira, será possível medir o nível de intensidade do transtorno. Dependendo do grau da doença, o tratamento muda.
Como costumam reagir as famílias de um paciente com transtorno borderline? A família costuma assumir duas posturas: ou gruda no paciente ou o abandona. É oito ou oitenta. Às vezes, o médico também age dessa maneira. É frequente tratar o borderliner como uma pessoa ruim. Por isso, às vezes a família se afasta. Mas na verdade, a pessoa é doente.
A doença se manifesta da mesma maneira em homens e mulheres? Em homens as tentativas de suicídio são mais graves. Eles morrem mais. Em mulheres, são mais brandas. Às vezes, o homem tem o comportamento tão agressivo que, em vez de ir para um consultório médico, vai parar numa delegacia.
É possível curar um paciente com transtorno borderline? Os borderliners melhoram com o passar do tempo. Por volta dos 30, 35 anos, os pacientes apresentam uma melhora grande. Os sintomas tendem a sumir depois dos 40 anos. O problema é que, se não forem tratados, o emprego bacana que a pessoa poderia ter tido, não teve. Aquele namoro que poderia ter virado casamento, não deu certo. Será uma vida realmente vazia. Mas se for tratado, o paciente pode se organizar e melhorar as relações. O tratamento se resume a medicação, psicoterapia e psicoterapia de família. Mas é preciso fazer uma terapia específica. O terapeuta deve ser mais ativo, mais próximo, mais participante. O borderliner é uma pessoa que sofre muito. Ele tem a possibilidade de oscilar o humor e romper com relações que poderiam dar certo. A impulsividade acaba estragando muito a vida profissional e social. Com tratamento, é possível evitar esse sofrimento.
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MONOGRAFIA SOBRE: BULLYING: AGRESSIVIDADE INFANTIL.




INTRODUÇÃO

Psicopedagogia é a prática que tem o intuito de conduzir à eficiência, evitando dificuldades no processo de ensino aprendizagem, seu caráter é preventivo e terapêutico. Preventivamente deve atuar não só no âmbito escolar, mas na área clinica, resgatando e criando estratégias que possam despertar o interesse em aprender pela vitima, pelos agressores e telespectadores do bullying. Estudos recentes visam ligar o bullying e psicopedagogica, possibilitando o auxilio entre ambos. Gerando desse fato a necessidade pela intervenção de áreas distintas, com o intuito do trabalho em equipe, na qual participe pais, comunidade e escola. 

O bullying, como fenômeno pode acontecer, também, na fase adulta e em diferentes ambientes. O agressor do fenômeno quando criança, se não for cuidado, pode vir se tornar um adulto que o praticará em outros espaços da sociedade. 

A escolha do tema sobre; "Bullying: Agressividade infantil", baseado na vivência durante a vida estudantil, familiar e comunidade, e como profissional psicopedagogo o pesquisador, entende ser melhor atender e intervir na infância e adolescência.

Justifica-se esta postura, uma vez que o bullying é uma forma agressiva velada que ocorre na instituição escolar, e acarreta danos diários e irreversíveis, na vida do individuo, dilacerando sua saúde psicológica e física, contribuindo para a baixa-estima, depressão, marginalização, além de estimular o suicídio e assassinato. 

Relacionando-se com a psicopedagogia intervir sobre o bullying, para assim evitar que crianças e jovens se tornem agressivos, é necessário um trabalho coletivo, com múltiplos profissionais, além de orientar a família, a escola e a comunidade. Deve-se estender o cuidado para vitima do fenômeno, a qual poderá desenvolver problemas psicológicos, que são ser irreversíveis e devastadores em sua vida. Portanto, o presente estudo, teve o objetivo de estabelecer e desenvolver uma imbricação entre o bullying e a prática psicopedagogica, possibilitando uma interface entre ambos, capaz de esclarecer profissionais, pais, interessados e envolvidos.


II- AGRESSIVIDADE:


Na atualidade têm-se observado o comportamento recorrente nas relações interpessoais. A agressividade do ponto de vista do desenvolvimento humano, a agressividade é a arma daquele que se sente acuado, impotente, com dificuldade de se impor e de expressar aquilo que sente de forma que o outro o entenda e respeite. (MULHER, 2009)

Ainda, segundo Mulher (2009), a agressividade é atitude de defesa sendo para o ser humano o recurso do mais fraco, do menos criativo, como também, a ferramenta dos impulsos advindos dos instintos de sobrevivência em sociedade. Os que não amadurecem as emoções e os sentimentos e, que ainda não fez, de maneira eficaz, a jornada do auto-descobrimento e da auto-educação dispõem dos instintos para se proteger ou como forma de reagir a um desafio. 

O ser humano em na conduta social, usando de agressividade para colocar-se em posição de auto-afirmação para si próprio e no grupo. Agride aquele que para colocar-se em evidência, usa de força verbal ou corporal diante do diferente e desfavorecidos, para agrupar-se aos favorecidos. 

Muitas vezes o agressor, traz consigo um histórico de agressão familiar e 
exclusão, focando assim o outro e suas diferenças desfavorecidas, para se auto-afirma, para integrar-se aos grupos sociais favorecidos e em evidência. 


Algumas vezes o individuo incomoda-se com que é, por ser não aceito pela sociedade formal e preconceituosa, da necessidade do ser humano ser gregário e fazer parte da sociedade, ele agride a fim de se sentir bem diante do que lhe incomoda perante a semelhança.

O ciclo da vida humana é caracterizado em oito períodos: pré-natal, primeira infância, segunda infância, terceira infância, adolescência, jovem adulto, meia idade e terceira idade. Durante estes processos do desenvolvimento estão envolvidas mudanças nos aspectos físicos, cognitivos e psicossociais onde cada período afeta o outro. (PAPALIA, 1998, p.479-511)

Por outro lado, Mulher (2009), postula que adquira certa maturidade e senso de autoridade pessoal, em situações de crise usa o bom senso, a diplomacia, o respeito, a objetividade, a firmeza, a com paixão, sabendo exatamente quem é e, qual seu papel diante da situação.

Diz ainda, que apesar de não haver fórmula certa para curar esta problemática, existem sim, muitos caminhos e alternativas viáveis. A atitude dos pais ao lidar no cotidiano com explosões de raiva do seu filho pequeno, o exercício da autoridade com o mesmo, requer que expressem respeito, amor e firmeza, que coloquem limites claros, atreves de atitudes envoltas em qualidade suaves, nutridoras, disciplinadoras e objetivas, deixando de lado o uso da violência com o filho, uma vez que um tapa refletirá na agressividade futura da criança podendo torná-lo um adulto revoltado e agressivo.

Os pais necessitam entender o que se passa no mundo interior de seu filho, que faz com que use de violência invés de outro recurso interior. Cabendo a eles, orientar sobre o que fazer com relação aquilo que esta gerando o comportamento agressivo e que pode ser tanto a indignação, o medo, a raiva, a frustração ou a impotência que sentem, para que estas crianças possam aprender a lidar com estes sentimentos para assim viver melhor. (MULHER, 2009)

Por fim, afirma a autora Mulher (2009), os pais, devem ensinar ao filho que se sente repleto de animosidade, sobre a raiva, sobre as frustrações inerentes à vista, sobre o perdão, a compreensão, a paciência, o altruísmo, a solidariedade e a fraternidade, sempre através de atitudes firmes e objetivas, pacientes e amorosos, que demonstrem empatia com a dor da pequena criança e ao mesmo tempo ajudá-lo a superar ou conviver melhor com seu sentimento de raiva para lidar melhor com aquilo que lhe incomoda.


2.1- AGRESSIVIDADE INFANTIL:


A agressividade infantil é um assunto bastante amplo podendo-se notar suas raízes desde o início das relações das crianças ainda na educação infantil. Precisamos inicialmente, discernir o que é inerente a determinada faixa etária ou sexo e o que está fora dos padrões esperados pelos mesmos. (SACCHETTO, 2009)

Segundo ela, uma criança que morde o amiguinho até dois anos de idade, não pode ser rotulada como agressiva. Ela ainda não sabe usar a linguagem verbal e a linguagem corporal acaba sendo mais eficiente. A criança nesta fase é egocêntrica e acredita que o mundo funciona e existe em função dela. Uma das primeiras maneiras de relacionamento é a disputa por objetos ou pela atenção de alguém querido ? como a mãe, o pai ou o professor. A intenção da criança, ao morder ou empurrar, é obter o mais rápido possível aquele objeto de desejo, já que não consegue verbalizar com fluência. Esta fase de disputa é natural e quanto menos ansiedade for gerada, mais rápida e tranqüilamente será transposta. É claro que o adulto não deve apenas assumir a postura de observador e sim, interferir quando necessário, evitando que se machuquem, e explicando que a atitude não é correta. Enfim, impondo limites! Porém não devem supervalorizar a agressão, pois as crianças ainda não conseguem entender que estão machucando.

Trata-se não somente de que os alunos aprendam com os currículos escolares planejados, mas, sobretudo, que aprendam confrontar a realidade de sua existência com o pensamento critico. (BARÒ, 1997)

Afirma, ainda, Sacchetto (2009), que a agressividade pode ser hostil, com a intenção de machucar ou ser cruel com alguém, seja física ou verbalmente. Ou ainda pode aparecer com o intuito de conquistar uma recompensa, sem desejar o mal do outro. A agressividade aparece ainda em reação a uma frustração. Birras, gritarias e chutes. Comportamento comum, porém necessário ser amenizado até extinguido mais uma vez explicando à criança que não é um comportamento adequado. Outro aspecto fundamental ao desenvolvimento de comportamento agressivo é o meio ambiente em que a criança está inserida, família, escola e estímulos recebidos por meios de comunicação. Também, lógico e ainda, fatores individuais, inatos como sexo e hereditariedade.


Os rituais possibilitam o desenvolvimento de sentimentos de segurança, de auto-estima e de confiança resultando em uma facilitação para resolver a crise juvenil. (LEVISKY, 1998)


Para Sacchetto (2009), é essencial saber discernir quando um comportamento agressivo é passageiro, por motivos temporários, como o nascimento de um irmãozinho, a hospitalização ou perda de um ente querido, ou ainda por mudança de casa ou escola ou se pode ser considerado como um transtorno de conduta, caso em que é necessário um acompanhamento de especialista para auxiliar a sanar o problema. Se não se der a devida importância nesta fase essas atitudes poderão evoluir de forma prejudicial na adolescência e vida adulta, podendo transformar a criança em agente ou alvo de bullying. Afirma, também, que a diferença de gêneros, também pode indicar um aspecto da agressividade. 

Diversas pesquisas apontam para uma capacidade precoce das meninas, em relação aos meninos para adaptarem-se em grupo e socializarem-se com maior facilidade. Meninos tendem a apresentar mais problemas para adaptação social.

O que torna a vitima como também provocadora pode ser a exposição à violência e abuso em casa ou a pais punitivos que utilizem estratégias agressivas. (CARVALHOSA, 2005)

Para a Sacchetto (2009), por volta dos três anos, as crianças já acrescentaram milhares de palavras ao seu vocabulário e começam a descobrir o prazer em brincar com o outro e se comunicar. O egocentrismo começa a sair de cena e tem inicio a socialização. Nesta fase, o comportamento agressivo intencional, ainda aparece esporadicamente, não apresenta continuidade. 
Já dos quatro, aos seis anos identifica-se alguns comportamentos discriminatórios que podem ter repetidamente o mesmo alvo. Aparecem os conflitos, "panelinhas", provocações e humilhações. É aqui que pais e educadores devem estar atentos para poder inibir esse comportamento antes que ele se instale e seja mais difícil de eliminá-lo. 


Necessita-se também, diferenciar as vivências que a criança tem na família e as que têm na escola, onde ocorrem geralmente os comportamentos agressivos. Em casa, normalmente, a criança é sempre querida, amada e compreendida, o que não acontece no convívio social onde precisa conquistar os amigos e inserir-se no grupo.

Sacchetto (2009) confirma que muitas crianças recebem apelidos relacionados a aspectos físicos aos diferenciados desempenho acadêmico. Na escola o papel do professor é essencial na identificação e trabalhar com esses aspectos evitando que sejam recorrentes. A dramatização é uma ferramenta excepcional para fazer com que as crianças vivenciem papéis. Essencial, ainda, é discutir sempre as experiências depois de dramatizadas. Criar regras elaboradas em conjunto também é uma ferramenta eficiente. Quando as próprias crianças criam as regras elas ganham um significado maior e têm um grande impacto nas ações. 

Deve-se também trabalhar valores morais éticos como solidariedade, compartilhamento, cooperação, amizade, reciprocidade dentre outros. Se o professor cria um ambiente com atividades prazerosas durante todo o período de aula, a probabilidade de que comportamentos agressivos surjam é muito menor. 
Sacchetto (2009) que a agressividade só deve ser tratada como um desvio de conduta quando ela aparecer por um longo período de tempo e também se não estiverem ocorrendo fatos transitórios que possam estar causando os comportamentos agressivos, nas escolas de educação infantil e ensino fundamental, os professores e supervisores podem e devem ficar atentos nas atividades em parques e intervalos assegurando-se de que nenhuma criança está sendo excluída ou humilhada. A direção da escola pode e deve chamar a atenção de alunos que estejam praticando algum ato ofensivo ou preconceituoso e alertar também seus pais. 


Ações possíveis que posam amenizar ou superar o bullying são sugeridos por Sacchetto (2009), Jogos cooperativos, atividades de inclusão, mexer sempre os grupos, evitando as "panelinhas", palestra a respeito de boas idéias de como trabalhar em grupo e Mostrar reportagens a respeito das conseqüências sofridas pelos bullies nas mais diversas situações.


III - Bullying?


Como diz a Wikipédia Livre (2009), bullying é um termo inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo, bully ou "valentão", ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo ou grupo de indivíduos incapazes de se defender. Também existem as vítimas/agressoras, ou autores/alvos, que em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de bullying pela turma.

Existem três formas de bullying: direto e físico que inclui bater, ameaçar, fazer os colegas realizarem tarefas contra a própria vontade, roubar ou estragar objetos. Direto e verbal que consiste em insultar, por apelidos, salientar os defeitos de deficiências dos colegas, atitude racista. E o indireto que se refere à exclusão do grupo, perda da amizade, ofender, espalhar boatos. (MARTINS, 2005)

Bullying é entender todas as formas de atitudes agressivas; moral, física e intelectual, intencionais e repetidas, ocorrida desnecessariamente, praticada por um ou mais estudantes contra outro, imputando dor e angústia, cometias em uma hierarquia de poder. A intimidação freqüente de um ou mais individuo sobre os menos favorecidos no caso e o exagero de poder são as características essenciais, que tornam possível a intimidação da vítima.

Como afirma a ABRAPIA, (2009), por não existir uma palavra na língua portuguesa capaz de expressar todas as situações de bullying possíveis, o quadro, a seguir, relaciona algumas ações que podem estar presentes:

Condutas praticadas por bullying.


  • Colocar apelidos
  • Ofender
  • Zoar 
  • Gozar 
  • Encarnar 
  • Sacanear 
  • Humilhar 
  • Fazer sofrer 
  • Discriminar
  • Excluir
  • Isolar 
  • Ignorar 
  • Intimidar 
  • Perseguir 
  • Assediar 
  • Aterrorizar 
  • Amedrontar 
  • Tiranizar 
  • Dominar 
  • Agredir 
  • Bater
  • Chutar
  • Empurrar
  • Ferir
  • Roubar 
  • Quebrar pertences 
Diz ainda ABRAPIA (2009), que o bullying é um problema mundial, sendo encontrado em toda e qualquer escola, não estando restrito a nenhum tipo específico de instituição: primária ou secundária, pública ou privada, rural ou urbana. Pode-se afirmar que as escolas que não admitem a ocorrência de bullying entre seus alunos, ou desconhecem o problema, ou se negam a enfrentá-lo. 

Lopes (2005), afirma a desestrutura familiar, falta de afeto, excesso de permissividade ou tolerância, maus tratos físicos ou emocionais, podem ser fatores de risco ao bullying, porém, também, fatores individuais exercem influências no comportamento agressivo como impulsividade, hiperatividade, dificuldades de atenção, baixa inteligência ou distúrbios de aprendizagem e comportamental, ressaltando as conseqüências que o bullying pode trazer a curto ou longo prazo para os alvos ou autores dificuldades acadêmico, social, emocional e legal. 

Segunda afirma Bassete, (2007), o bullying já pode ser identificado na pré-escola. As crianças já demonstram atitudes de agressão e rejeição aos colegas, não deixar um determinado colega fazer parte da turminha, dar apelidos. "Barril, nanico, baixinha, Olívia palito, cabelo de macarrão". Esses são apenas alguns apelidos que podem até parecer brincadeira, mas que não têm graça nenhuma, pelo contrario. O bullying se caracteriza principalmente por atitudes como dar apelidos pejorativos, humilhar e admoestar o colega e às vezes a agressão física se concretiza. Afirma ainda, que sempre expõe a pessoa à humilhação, ao constrangimento e também ao medo de não ser aceito. 
Pessoas que sofrem o fenômeno do bullying quando criança são mais propensas a sofrerem de saúde mental, depressão e baixa auto-estima quando adulto e quanto mais jovem for à criança agressiva, maior será o risco de apresentar problemas associados a comportamentos anti-sociais quando adultos podem sofrer com problemas como: saúde, anorexia, bulimia, depressão, ansiedade e até ao suicídio. 
De acordo ainda com o autor, que o bullying é tipicamente popular, e o praticante vê sua agressividade como qualidade, tem opinião positiva sobre si mesmo e tem maior probabilidade à evasão escolar. Pode manter um grupo em torno de si, que atua como auxiliar em suas agressões. 
Para Carvalhosa (2005), os agressores têm dificuldades em fazer amigos, sentem-se infeliz, tem maior probabilidade em se envolverem na delinqüência.


Os praticantes de bullying tendem a pertencer a família desestruturadas emocionalmente, recebendo pouco afeto e atenção, são pouco supervisionados pelos pais e vivem em ambientes onde o comportamento agressivo ou explosivo é usado para solucionar problemas. (CARVALHOSA, 2005)

Os meninos estão envolvidos com o bullying com uma freqüência muito maior, tanto como autores quanto como alvos. Entre as meninas, embora ocorra com menor freqüência o bullying se caracteriza como prática de exclusão ou difamação. (BALLONE, 2004)

Ainda, Ballone (2005), postula que os agressores são pessoas antipáticas, arrogantes e desagradáveis, acham que todos devem atender seus desejos de imediato e demonstram dificuldade de colocar-se no lugar do outro. 

Conforme a Abrapia (2009), seja qual for a atuação de cada aluno, algumas características podem ser destacadas, como relacionadas aos papeis que venham a representar: alvos de bullying, são os alunos que só sofrem bullying, alvos/autores de bullying, são os alunos que ora sofrem, ora praticam bullying, autores de bullying, são os alunos que só praticam bullying,
testemunhas de bullying, são os alunos que não sofrem nem praticam bullying, mas convivem em um ambiente onde isso ocorre. 
Os autores do bullying são, comumente, indivíduos que têm pouca empatia. Freqüentemente, pertencem a famílias desestruturadas, nas quais há pouco relacionamento afetivo entre seus membros. Seus pais exercem uma supervisão pobre sobre eles, toleram e oferece como modelo para solucionar conflitos o comportamento agressivo ou explosivo. Admite-se que os que praticam o bullying têm grande probabilidade de se tornarem adultos com comportamentos anti-sociais e/ou violentos, podendo vir a adotar, inclusive, atitudes delinqüentes ou criminosas. (ABRAPIA, 2009) 

Os alvos do bullying são pessoas ou grupos que são prejudicados ou que sofrem as conseqüências do comportamento de outros e que não dispõem de recursos, status ou habilidade para reagir ou fazer cessar os atos danosos contra si. São, geralmente, pouco sociáveis. Um forte sentimento de insegurança os impede de solicitar ajuda. São pessoas sem esperança quanto às possibilidades de se adequarem ao grupo. A baixa auto-estima é agravada por intervenções críticas ou pela indiferença dos adultos sobre seu sofrimento. Alguns crêem serem merecedores do que lhes é imposto. Têm poucos amigos, são passivos, quietos e não reagem efetivamente aos atos de agressividade sofridos. Muitos passam a ter baixo desempenho escolar, resistem ou recusam-se a ir para a escola, chegando a simular doenças. Trocam de colégio com freqüência, ou abandonam os estudos. Há jovens que estrema depressão acabam tentando ou cometendo o suicídio. 

Cabe neste caso, a escola e seus profissionais para evitar a evasão escolar por conta do bullying, criar estratégias lúdicas sociais, para a convivência coletiva e se for necessário a punição ao agressor para se conscientizar as regras de convivência e respeito ao diferente, para vitima se necessário encaminhar para tratamento com especialistas como: Psicopedagogo, Psicólogo e Neurologista. Pois, para a psicopedagogia a escola e seus princípios fundamentais é ser um ambiente sociável e de respeito de um aos outros e sucessivamente, para isso todos na escola, pais e comunidade, trabalharem em conjunto contra a pratica do bullying na infância, por que, trabalhando com o amor ao próximo nesta fase da vida, irá fazer uma diferença significativa na vida pré-adolescência, adolescência e adulta desse individuo. 
Assim, a instituição de ensino trará a criança, pais e comunidade consciência de que em sociedade muitas ações de rejeição e preconceito trazem consigo conseqüências pesadas pela lei, pois, afligem o código de convivência em sociedade, para isso a escol educa para o futuro, oprimindo a pratica do bullying, e semeando a inclusão, tolerância, respeito e felicidade mútua, afim, de fazer um mundo melhor e um olhar para o horizonte, articulando a competência e habilidades em todos os seres aprendente, que fazer parte dessa contextualização sobre a socialização e humanização em um contexto escolar e social, portanto, levar o mesmo à consciência e um ensino-aprendizado significativo e igualitário para levar a criança a um adulto multiplicador de respeito ao próximo e cidadão. 



As testemunhas, representadas pela grande maioria dos alunos, convivem com a violência e se calam em razão do temor de se tornarem as "próximas vítimas". Apesar de não sofrerem as agressões diretamente, muitas delas podem sentir-se incomodados com o que vêem e inseguras sobre o que fazer. Algumas reagem negativamente diante da violação de seu direito a aprender em um ambiente seguro, solidário e sem temores. Tudo isso pode influenciar negativamente sobre sua capacidade de progredir acadêmica e socialmente.

O bullying, de fato, sempre existiu. O que ocorre é que, com a influência da televisão e da internet, os apelidos pejorativos foram tomando outras proporções. "O fato de ter conseqüências trágicas, como mortes e suicídios, e a falta de impunidade proporcionou a necessidade de se discutir de forma mais séria o tema", aponta Guilherme Schelb, procurador da República e autor do livro "Violência e Criminalidade Infanto-Juvenil". (MULHER, 2009)

Segundo Sacchetto (2009), no Brasil, o bullying se manifesta em uma proporção pequena se comparada a países com os Estados Unidos e Inglaterra onde o assunto ganha um debate intenso e onde casos graves são constantemente relatados. Os Estados Unidos apontam o bullying como razão do episódio da morte de treze estudantes da Columbine?s scholl em Littleton em 1999. 
Um relato de caso recente acontecido em setembro de 2009 foi com que um matou três colegas e feriu outros sete em uma escola na Argentina. O adolescente relatou que cometeu o ato por se sentir diferente dos outros. Para tentar resolver este preocupante problema é necessário um trabalho em conjunto, família, aluno, escola e comunidade.


3.1- LEI DE COMBATE AO BULLYING ESCOLAR:

Bassete (2007), Assembléia Legislativa de São Paulo aprovou um projeto de lei que obriga as escolas públicas e privadas do estado a adotarem medidas preventivas contra o bullying escolar - formas de intimidação, agressão e pressão psicológica repetitiva, sem motivação evidente. Para entrar em vigor, o projeto depende da sanção do governador. 
A expectativa é que o projeto seja aprovado de imediato. Afirma ainda, que se sancionada pelo governador, a lei também contemplará os professores, que são vítimas desse tipo de violência na escola. 
Pelo projeto, cada escola terá autonomia para aprovar um plano de ações para a implantação das medidas previstas no programa, entre elas capacitar os docentes e profissionais da escola; criar regras no regimento escolar contra o bullying; observar e identificar quem são os praticantes e quem são as vítimas do bullying e auxiliar as vítimas e agressores. O projeto também prevê a realização de convênios e parcerias, além do encaminhamento vítimas e agressores aos serviços de assistência médica, social, psicológica e jurídica. A autora postula ainda, em seu artigo, que para a organização, as estratégias de combate à violência escolar mais eficientes se concentram na própria escola. Alguns exemplos são o estabelecimento de normas claras de comportamento, treinamento de professores para mudar as técnicas usadas em classe e a promoção da conscientização dos direitos infantis. 
Afirma, ainda, que uma campanha terá inicio em 2009, buscando o apoio de dirigentes escolares, professores e dos três níveis de governo para a divulgação do tema. Entre as principais ações está o desenvolvimento de oficinas com os alunos em escolas-pilotos. Ao final eles serão orientados a implementar na escola um comitê dos direitos das crianças. Eles serão multiplicadores também em outras escolas. 

DISCUSSÃO

O estudo bullying: agressividade infantil visa esclarecer e alertar a sociedade sobre esse fenômeno atual que tem como objetivo conscientizar, intervir e prevenir, à agressão física, moral e intelectual, e a punição e socialização dos que praticam o fenômeno, no contexto, social, familiar e escolar. 

Para esse estudo foi fundamental uma pesquisa cientifica sobre o assunto, uma metodologia, um planejamento e a própria vivencia do pesquisador na infância, tendo praticado e sofrido pelo bullying, se fundindo com os teóricos citadas neste trabalho para chegar à temática escolhida para a justificativa do tema bullying. 

Ao estudar a página da internet Wikipédia Livre (2009), por bullying que em inglês se traduz em atos de violência física e psicológica, intencional e repetitiva, praticados por um ou grupo de indivíduo com o objetivo de intimidar e agredir outro indivíduo impossibilitado de se defender. Também existem as vítimas e agressoras, ou autores ou alvos, que em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de bullying pela turma. Partindo desse principio observei que o problema do bullying não começou agora, mas deu um salto, a partir que o tema cientifico, bullying, violência física, moral e psicológica, apareceu em todos os programas de televisão do mundo, com a preocupação à informação, preocupação, orientação e intervenção contra o fenômeno que agride, constrange e exclui.

A gravidade é que esse padrão de comportamento está longe de ser inocente. Trata-se, na verdade, de um distúrbio que se caracteriza por agressão física, moral e intelectual repetitiva, levando a vítima ao isolamento, à queda do rendimento escolar ou evasão, a alterações emocionais e à depressão.

Assim como afirma Mulher (2009), na atualidade têm-se observado o comportamento recorrente nas relações interpessoais. A agressividade do ponto de vista do desenvolvimento humano, a agressividade é a arma daquele que se sente acuado, impotente, com dificuldade de se impor e de expressar aquilo que sente de forma que o outro o entenda e respeite. Para um individuo que está começando viver em relações interpessoais na escola etc. Tem a necessidade de ser aceito e sobre sair nos grupos mais favoritos, ou seja, todo esse fenômeno se inicia em casa quando criança, por que, pais agressivos, preconceituosos e omissos juntamente com seu filho pequeno, causarão um efeito na maneira que essa criança começa a crescer, ao passar do tempo em contato com outro na rua na escola, trará efeitos de alto nível de agressividade por ter sofrido agressões, baixa estima ou falta de limites, que trará conseqüências diversas em convivência em grupo, podendo ser agente ativo ou passivo na violência física, moral e psicológica.

Segundo Carvalhosa (2005), afirma que os praticantes de bullying tendem a pertencer a família desestruturadas emocionalmente, recebendo pouco afeto e atenção, são pouco supervisionados pelos pais e vivem em ambientes onde o comportamento agressivo ou explosivo é usado para solucionar problemas. Cabe então a conscientização da família sobre a causa e conseqüência do bullying, uma criança criada com os princípios básicos da disciplina, afetividade e responsabilidade, terá preparo para viver em grupo na sociedade, estará preparado para sair de situações problemas quando se trata do bullying e podendo ser um agente que intervenha quando presenciar um ato de violência, auxiliando assim em seu desenvolvimento pessoal e intelectual. 

Conforme cita Abrapia (2009), os que praticam o bullying têm grande probabilidade de se tornarem adultos com comportamentos anti-sociais e/ou violentos, podendo vir a adotar, inclusive, atitudes delinqüentes ou criminosas. 

Para reverter o quadro deve-se adotar propostas de conscientização adulto formador de opinião, conhecedor de seus direitos e deveres, que respeite a diversidade e as diferenças, democrático, transformador de sua realidade, enfim, cidadão consciente.

Portanto, é em casa que se inicia esse trabalho, mas a escola tem o dever se fazer um trabalho com seus funcionários, família e comunidade, para orientação e precaução sobre o bullying, para que se oprima o ato de violência e puna severamente os praticantes desse fenômeno, mostrando desde criança que mesmo existindo a diferenças somos todos iguais, e devemos respeito ao próximo, com auxilio de atividades que interaja todos em uma socialização das diferenças. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS.

A partir do estudo cientifico, foi relatado aqui, há grande importância das escolas e da sociedade no combate ao bullying, devendo-se tomar algumas medidas e buscar algumas maneiras que sejam capazes de combater ou ao menos evitar o bullying. Para que isso ocorra, é necessário que todos se sensibilizem e se conscientizem que o problema existe nas diferentes culturas e sociedades. 

Sendo por meio da educação escolar e familiar, o agente desmotivador ao 
preconceito e a intolerância pelo diferente. No momento em que os alunos tomam consciência prática do bullying, se sentirão seguros para comunicar ao educador, cabendo ao educador intervim e desmotivar essa pratica. Da mesma forma, os alunos analisarão as conseqüências, antes de decidirem tornar-se um possível agressor. É de suma importância que a instituição de ensino, capacite e oriente os seus educadores sobre essa problemática. Incluindo no currículo a abordagem ao problema bullying, através das atividades sociais e intervenção sobre as diferenças características físicas e suas normalidades, visando sensibilizar os alunos e alertar para que não sejam obrigados a sofrer em silêncio. Organizar ações de formação para todos os setores envolvidos sobre a temática e todas as suas implicações é também um vetor de combate e prevenção do bullying 

Para todos os autores anotados neste estudo, a solução para evitar o bullying é criar um ambiente escolar seguro e sadio, em que se conscientizem os alunos quanto aos valores fundamentais, de respeito, amizade, solidariedade aos outros. Enfim é fundamental que se construa uma escola que não se restrinja a ensinar apenas o conteúdo programático, mas também onde se eduquem as crianças e adolescentes para a prática de uma cidadania justa, juntamente com a comunidade e pais, pois, como a criança já traz consigo sua bagagem de conhecimento, em casa ou na rua o preconceito e intolerância já vêm implantados no mesmo, para dentro da escola, ai, a escola tem que trabalhar com todos, respeito, a solidariedade com os outros.


REFERÊNCIAS 


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LANE, S. T. M. O. O que é psicologia social: 22 ed. Mariliense, 1995.p.87.

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MARTINS, M. J. D. Agressão e vitimação entre adolescentes e, contexto escolar: Um estudo empírico. Aná psicológica. Vol. 23, n. 4, 2005. In: httpp:// WWW.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?script=sci_S087082312002000400005&Ing=pt7nrm=iso. Acessado em: 09/11/2009.

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WIKIPÉDIA Livre. Bullying. 2009. In: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bullying. Acessado em: 10/11/2009.


MONOGRAFIA de Alexandra Adriana Braga De Vasconcelos

Formada em Pedagogia, pela Universidade Braz Cubas, Mogi das Cruzes- SP, e Pós-Graduada em Psicopedagogia pela mesma instituição de ensino.


Bullying




Bullying - É exercido por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa.

Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.

bullying se divide em duas categorias: a) bullying direto, que é a forma mais comum entre os agressores masculinos e b) bullying indireto, sendo essa a forma mais comum entre mulheres e crianças, tendo como característica o isolamento social da vítima. Em geral, a vítima teme o(a) agressor(a) em razão das ameaças ou mesmo a concretização da violência, física ou sexual, ou a perda dos meios de subsistência.

bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como escola, faculdade/universidade, família, mas pode ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos. Há uma tendência de as escolas não admitirem a ocorrência do bullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente.

Estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas.
As pessoas que testemunham o bullying, na grande maioria, alunos, convivem com a violência e se silenciam em razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do agressor. No espaço escolar, quando não ocorre uma efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica contaminado e os alunos, sem exceção, são afetados negativamente, experimentando sentimentos de medo e ansiedade.

As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.

O(s) autor(es) das agressões geralmente são pessoas que têm pouca empatia, pertencentes à famílias desestruturadas, em que o relacionamento afetivo entre seus membros tende a ser escasso ou precário. Por outro lado, o alvo dos agressores geralmente são pessoas pouco sociáveis, com baixa capacidade de reação ou de fazer cessar os atos prejudiciais contra si e possuem forte sentimento de insegurança, o que os impede de solicitar ajuda.

No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com alunos de escolas públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. As três cidades brasileiras com maior incidência dessa prática são: Brasília, Belo Horizonte e Curitiba.

Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. O responsável pelo ato debullying pode também ser enquadrado no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento de ensino/trabalho.

Orson Camargo
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP
Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

sábado, 24 de novembro de 2012

Enade - Exame Nacional de Desempenho de Estudantes



O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) avalia o rendimento dos alunos dos cursos de graduação, ingressantes e concluintes, em relação aos conteúdos programáticos dos cursos em que estão matriculados. O exame é obrigatório para os alunos selecionados e condição indispensável para a emissão do histórico escolar. A primeira aplicação ocorreu em 2004 e a periodicidade máxima com que cada área do conhecimento é avaliada é trienal.

Palavras-chave: Enade, avaliação, graduação, ensino superior

O que é e para que serve o Enade? - Exame Nacional de Desempenho de Estudantes

O que é o Enade?

Exame que faz parte do Sinaes (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior) e cujo objetivo é avaliar a qualidade dos cursos de formação superior.

Quem participa do Enade?

Uma amostra selecionada de estudantes do primeiro e do último ano dos cursos. Para os alunos selecionados que estão terminando a faculdade a participação no Enade é obrigatória e condição indispensável para a emissão do histórico escolar. Estudantes não selecionados também podem fazer a prova, como voluntários.

Particularidades do Enade:

Não avalia o desempenho do aluno, mas confere a qualidade dos cursos e o rendimento de seus alunos em relação aos conteúdos programáticos, suas habilidades e competências.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

PSICOLOGIA DA MÚSICA


As perguntas sobre o por que dos efeitos da música no ser humano são quase tão antigas quanto a própria civilização. Na Grécia antiga, Pitágoras não só sabia das relações de simetria presentes nos intervalos de altura (de freqüência sonora) e nas estruturas intervalares entre as notas, como as usava como parte da formação de uma cosmogonia complexa e influente historicamente, baseada na matemática. Um importante dissidente da posição matemática do pitagorismo foi Aristoxenus (c320 a.C.), que defendeu energicamente que a música não pode ser entendida unicamente através da consideração de relações matemáticas. Ele preconizou o moderno estudo da psicologia da música, alegando que os fenômenos musicais são perceptivos e cognitivos na sua essência, e devem ser estudados como uma ciência experimental.

Durante a Idade Média, o estudo da música que fazia parte das matérias básicas de estudo (o quadrivium) era baseado quase que exclusivamente em relações matemáticas entre diferentes notas musicais e suas fontes sonoras (cordas, tubos de ar etc.).

No período barroco que precede a formação do atual método científico, as relações entre música e psique são subordinadas e relacionadas principalmente com termos da retórica, especialmente através do desenvolvimento da teoria dos afetos. Da mesma forma que, de acordo com antigos escritores, como Aristóteles, Cícero e Quintiliano, os oradores empregavam meios da retórica para controlar e dirigir as emoções das suas audiências, também deveria o orador "musical" (ou seja, o compositor) suscitar o 'afeto' (isto é, as emoções) do ouvinte. Foi a partir desta terminologia retórica que teóricos musicais, a partir do séc. XVI, tentaram racionalizar os afetos, os estados emocionais ou paixões. A partir de 1600 os compositores geralmente procuravam expressar em sua música vocal os afetos tais como foram classificados nos textos de teoria musical, por exemplo, tristeza, raiva, ódio, alegria, amor, ciúme etc. Durante os séculos XVII e início do XVIII, isto significava que a maioria das composições (ou, no caso de mais obras, seções individuais ou movimentos) expressavam, cada uma, um único afeto. Compositores em geral procuraram uma unidade racional que era imposta a todos os elementos de uma peça (harmonia, tonalidade, figuras melódicas etc.) por seu afeto. Nenhuma "teoria geral dos afetos" foi, porém, estabelecida pelos teóricos do período barroco.

G.B. Benedetti é considerado como tendo sido o primeiro a relacionar as sensações de altura e consonância com as freqüências de vibração. E Vicenzo Galilei, o pai de Galileu Galilei, fez uma série de importantes descobertas. Contra uma abordagem racionalista à música, e em especial explicações baseadas apenas em simples relações numéricas, ele sustentou que a percepção musical deve ser considerada como uma ciência empírica. Na mesma linha, antecipando muitos psicólogos nos dias de hoje, Galilei alegou que as polêmicas sobre sistemas de afinação eram inúteis, uma vez que as pequenas diferenças de afinação em questão não eram perceptíveis.

Cientistas das fases iniciais da revolução científica, como Mersenne, Galileu, Kepler, Huygens e Descartes, contribuíram para a compreensão da percepção musical. Nesta época, as relações entre as alturas e as freqüências foram estabelecidas em cordas, tubos e sinos, com cuidadosa documentação do envolvimento de outros fatores, tais como material, espessura e tensão (no caso das cordas). Entre o notável grupo de cientistas deste período, aquele que mais contribuiu para o estudo empírico da música foi Mersenne, cuja Harmonie universelle (1636-7), é um marco na história do assunto.

No séc. XIX, Helmholtz foi o primeiro a fornecer uma base científica para a estética musical, ao tentar demonstrar como a altura é analisado pelo ouvido e como timbres, intervalos, acordes, escalas e tonalidades poderiam estar relacionados com a estrutura dos harmônicos em tons puros. O título completo de seu Die Lehre von den Tonempfindungen als physiologische Grundlage für die Theorie der Musik (Sobre a sensação da nota musical como uma base fisiológica para a teoria da música - 1863) indica a sua ambição de dissipar o fosso entre física e psicoacústica, por um lado, e musicologia e estética de outro.

Diferentemente de Helmholtz, o filósofo Carl Stumpf (1848-1936) não tinha seu próprio laboratório, mas fez suas observações em outras instituições em física ou fisiologia, ou utilizando igrejas, órgãos, trabalhando com músicos - por exemplo, o violinista Joseph Joachim - e, não menos importante, baseando-se na sua própria experiência como músico. Sua Tonpsychologie (1883-90) é um extenso tratamento da percepção e julgamento dos tons, em sucessão (Vol.I) e ouvidos simultaneamente (Vol.II). Em vários tópicos, ele previu resultados que seriam confirmados apenas muito mais tarde, em investigações mais controladas.

Enquanto professor de Física na Universidade de Berlim, o mais importante dos alunos de Hermann Helmholtz foi Wilhelm Wundt. Wundt trabalhou nos laboratórios de Helmholtz's durante mais de uma década antes de instalar seu próprio laboratório na Universidade de Leipzig. Wundt é considerado um dos fundadores da moderna psicologia. Seu legado encontra-se em todo o domínio da moderna psicologia experimental.

Como professor de Filosofia na Universidade de Berlim, Carl Stumpf produziu um extraordinário grupo de estudantes. Seu aluno, Edmund Husserl, fundou o campo filosófico da Fenomenologia. Três estudantes de Stumpf's - Max Wertheimer, Wolfgang Köhler e Kurt Koffka, posteriormente fundaram a Escola de Psicologia Gestalt. O interesse de Stumpf pela música não-européia foi provocada, entre outros, pela leitura dos trabalhos do erudito britânico Alexander Ellis. Ellis também foi o tradutor inglês do livro de Helmholtz. Três outros estudantes foram importantes no desenvolvimento da idéia de Stumpf de musicologia comparativa -- que depois se converteu na atual etnomusicologia: Erich Hornbostel, Otto Abraham e Curt Sachs. Por ser judeu, Sachs abandonou a Alemanha de Hitler e emigrou para os Estados Unidos antes da Segunda Grande Guerra, onde se tornou altamente influente na formação de inúmeros musicólogos.



Durante o desenvolvimento da psicologia no séc. XX, entre suas várias vertentes, Carl E. Seashore (1866-1949) reuniu um grande grupo de investigadores da Universidade de Iowa (EUA), onde investigou o desempenho da música no piano, no violino e no canto, utilizando equipamentos especialmente concebidos para a gravação de tempos exatos, dinâmica e entoação; assim, ele demonstrou inúmeros 'desvios' do que está denominado como "exato" na partitura musical. Esta pesquisa foi interrompida pela Segunda Guerra Mundial, mas muitos dos resultados (por exemplo, sobre vibrato) agora são norma em textos sobre música e psicologia.

A relação entre música psicologia durante o século 20 foi centrada em quatro temas principais: (a) a representação cognitiva de altura e ritmo (e sua participação na geração das propriedades de harmonia e melodia), (b) o desenvolvimento das competências e habilidades musicais; (c) processos subjacentes à execução musical; e (d) os processos afetivos associados à audição musical (por exemplo, gosto, ou emoção). Quase todo o trabalho foi direcionado para a música da tradição ocidental tonal, com particular concentração no período posterior a Bach.

Sobre o desenvolvimento da psicologia experimental e cognitiva durante a segunda metade do s. XX, alguns pontos devem ser destacados para reflexão:

(A) A relação mensurável entre propriedades do som e acontecimentos mentais não é simples. A mente humana tanto acrescenta quanto subtrai informações da acústica, de maneiras complexas e por vezes contraditórias.
(B) Estas relações são ainda mais complexas quando se leva em conta por uma série de diferenças individuais com base em fatores como idade, experiência musical, contexto social e desenvolvimento biológico.
(C) A música é multi-dimensional em sua essência, e, embora seja possível obter alguma compreensão do funcionamento de cada dimensão em isolamento, a interação destas dimensões na música cria complexidades combinatórias que limitam severamente a taxa de progresso científico na compreensão das mais simples seqüências musicais.
(D) As dimensões da música que figura no tradicional discurso musical (altura, ritmo, harmonia, forma) têm-se revelado conceitos frutíferos de investigação psicológica, e geralmente têm sido esclarecidos, e não contestados, por resultados psicológicos.
(E) Apesar das habilidades demonstradas pelo sistema perceptivo humano para aprender a lidar com o aumento dos níveis de complexidade musical, existem limites psicológicos que colocam limites quanto ao tipo de informação que o ser humano pode, mesmo em princípio, extrair e armazenar a partir de uma fonte musical. A Psicologia, portanto, oferece um grande desafio à alegação de que a audiências são infinitamente educáveis pelo desenvolvimento histórico da música. É possível que uma música possa não ser compreensível pelos ouvintes, mesmo em princípio (Lerdahl em Sloboda, 1988).

Fontes:

MELLO, Marcelo. Reflexões sobre Lingüística e cognição musical. Tese (mestrado); Universidade Estadual de Campinas, 2003.

SADIE, Stanley. The New Grove Dictionary of Music and Musicians: verbetes Afekts, Psychology of music. Documento online (World Wide Web): http://www.grovemusic.com/.

HURON, David. Music Psychology in 19th Century. Music 829F History of Music Psychology, documento online http://dactyl.som.ohio-state.edu/Music829F/Biographies/german.geneology.html (último acesso 2008/03/17).